segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Vida dos Santos: São Francisco de Assis

   
        A partir de hoje toda segunda-feira postaremos a história de um grande santo da nossa Igreja, que viveram segundo a vontade de deus e derramaram seu sangue por causa de Cristo e seu Evangelho, e para começar hoje falaremos de um dos maiores e mais populares santos da Igreja Romana: São Francisco de Assis.

                               
      São Francisco nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181. Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco Bernardone, nome de batismo, tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios. Tentou como o pai seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão.
      Sonhou então, com as honras militares. Aos vinte anos, alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador.
       Foi convidado a trabalhar para "o Patrão e não para o servo". Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, reconstrói a minha Igreja que está em ruinas". O chamado ainda pouco claro para São Francisco foi tomado no sentido literal, e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.
      Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindo-se à Irmã Pobreza". Fundou a Ordem dos Frades Menores, que em poucos anos se transformou numa das maiores da Cristandade. Fundou, com Clara de Assis, o ramo feminino da mesma Ordem. Para os leigos que viviam no mundo, mas desejavam ser fiéis ao espírito de pobreza e participar das graças e privilégios da espiritualidade franciscana, fundou a Ordem Terceira.
       A devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado "estigmatização". Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus.
      O amor de Francisco tem um sentido profundamente universalista. Ninguém como ele irmanou-se tanto com todo o universo: foi irmão do sol, da água, das estrelas, das aves e dos animais. O "Cântico ao Sol", em que proclama seu amor a tudo que existe, é uma das mais lindas páginas da poesia cristã. Canonizado em 1228 por Gregório IX, sua festa é celebrada a 4 de outubro.



     São Francisco de Assis, rogai por nós!

Documento Comunidade de Comunidades: Uma nova Paróquia – Estudos da CNBB 104

                              
Nós estamos aprofundando e estudando o Documento da CNBB: Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia, O presente subsídio nos orienta na missão de transformar a estrutura da paróquia em comunidade de comunidades, apresentando de modo sintético alguns elementos que a tradição cristã condensou como traços fundamentais da vida eclesial. Iluminados pela Palavra e pela tradição teológica, serão identificados neste documento alguns desafios da realidade atual para a vida paroquial e será apresentado um conjunto de propostas pastorais, tendo em vista a renovação paroquial.
            Cito aqui um pequeno resumo do documento. Oriento a todos os fiéis a estudarem o citado subsídio adquirir o livro, lê-lo em seu grupo, movimento, pastoral e comunidade, fazendo dele um orientador em nossos trabalhos.


17.
·         Há partilha dos bens; é um novo estila de vida que Jesus propõe;
·         Relaciona-se como amigos;
·         O poder é exercido como serviço;
·         Faz-se a oração em comum.

36. “Eles perseveravam no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (AT 2,42).
·         O ensinamento dos apóstolos;
·         A comunhão: indica a atitude de partilha de bens, não só dos bens, mas também dos sentimentos experiência de vida;
·         A fração do pão (Eucaristia)
·         As orações: por meio delas os cristãos permaneciam unidos entre si.

42. Na base da experiência comunitária, proposta por Jesus, está a experiência da “comunhão”. Jesus inicia seu ministério chamando discípulos para viverem com ele (cf. Mc 3,14) Todo o itinerário do discípulo, desde o chamado, é sempre vivido na comunhão com os outros. A dimensão comunitária é fundamental na Igreja, pois se inspira na própria Santíssima Trindade.

54. A paróquia, sua principal ocupação, tem sido a Vida comunitária (Koinonia), nem a pregação (didaskalia), nem o testemunho (martyria) nem o serviço (diakonia), mas o culto (leitougia).
92. Muitas comunidades e paróquias do país vivenciam experiências importantes de uma profunda conversão pastoral. São comunidades preocupadas com a evangelização, com uma catequese de iniciação à vida cristã e na perspectiva bíblica; desenvolvem uma liturgia viva e participativa; preocupam-se e atuam com os jovens; despertam muitos serviços e ministérios entre os leigos; têm conselho paroquial e conselho de assuntos econômicos. O grupo que participa da vida paroquial tem vínculos comunitários. Há o interesse e o empenho em atrair os afastados.

112. Nossas paróquias precisam urgentemente rever questões, como: dar atendimento a doentes, solitários, enlutados, deprimidos e dependentes químicos, acompanhar as famílias, o povo de rua.

154. A grande comunidade, praticamente impossibilitada de manter os vínculos humanos e sociais entre todos, pode ser setorizada em grupos menores que favoreçam uma nova forma de partilhar a vida cristã. A paróquia descentraliza seu atendimento e favorece o crescimento de lideranças e ministérios.

156.  A setorização é um meio. Não basta uma demarcação de territórios, é preciso identificar quem vai pastorear, animar e coordenar esse setores, pequena comunidades, com maior delegação de responsabilidade para leigos e religiosos que atuam na paróquia.

177. O padre seja formado para ser o servidor do seu povo; que o padre seja, cada vez mais, aquele que se coloca como o Mestre e lava os pés dos discípulos para dar o exemplo. Será fundamental acolher bem as pessoas, exercer sua paternidade espiritual sem distinções, renovando sua espiritualidade para ajudar tantos irmãos e irmãs que buscam a paróquia.

182. A conversão pessoal e pastoral do diácono se traduz nas muitas frentes onde deve atuar como servidor da comunidade. Deve se ocupar com a evangelização, a formação dos discípulos missionários, a celebração dos sacramentos que lhe competem e, com as obras de caridade.
184. A revitalização da comunidade supõe que o pároco estimule a participação ativa dos leigos de sua paróquia. Isso supõe valorizar as lideranças leigas, inclusive as novas gerações, e formá-las como discípulas missionárias.

185. Reconhecer novas lideranças e multiplicar o número de pessoas que realizam os diferentes ministérios nas comunidades.

·         Pequenas Comunidades
213. A comunidade menor favorece os valores do relacionamento interpessoal. Procurar criar novas comunidades a partir de grupos que se reúnem para viver a sua fé, alimentar sua espiritualidade e crescer na convivência.

217. Os melhores esforços das paróquias precisam estar voltados à convocação e formação dos leigos das comunidades.

·         Catequese de Iniciação à vida cristã
221. Para que as comunidades sejam renovadas, a catequese há de ser uma prioridade. Trata-se de passar da catequese como instrução e adotar a metodologia catecumenal, seguir as etapas do RICA e propor, até para os membros da comunidade, uma formação catecumenal que percorra as etapas do querigma, da conversão, do discipulada, da comunhão e da missão. Também agentes e lideranças da pastoral precisam de catequese permanente.


            A renovação paroquial depende de todos nós, depende do padre, dos diáconos, dos coordenadores, dos Ministros Leigos, das lideranças, dos fiéis de modo geral. Que cada um possa contribuir, cada qual ao seu modo e segundo as suas muitas capacidades e virtudes, na implantação do Reino de Deus, renovando as estruturas de nossa realidade paroquial. Cristo conta conosco, conta contigo. Nos diz o Senhor “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,6). 
                                                                       Por Pe. Alex para o Informativo Paroquial

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A carta Lumen Fidei - "quem crê, nunca está sozinho".

                      
Lumen Fidei - A luz da fé, assim se intitula a primeira Encíclica do Papa Francisco que hoje foi apresentada na conferência da imprensa, no Vaticano. Dirigida aos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos, a Encíclica – explica o Papa Francisco - já estava "quase completadas" por Bento XVI. Àquela "primeira versão" o atual Pontífice acrescentou "ulteriores contribuições". A finalidade do documento é recuperar o caráter de luz que é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana. Quem acredita nunca está sozinho, porque a fé é um bem comum que ajuda a edificar as nossas sociedades, dando esperança. E este é o coração da Lumen Fidei.
Numa época como a nossa, a moderna - escreve o Papa - em que o acreditar se opõe ao pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história. Na verdade podemos dizer que o Papa Francisco presenteou toda a Igreja com o lançamento da Encíclica Lumen Fidei, documento que encerra a trilogia das virtudes teologais, iniciada por seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI. No texto escrito a quatro mãos é perceptível a finura teológica de Ratzinger e a sensibilidade pastoral de Bergoglio. Nele, o Santo Padre apresenta a luz da fé como um caminho a ser percorrido por todo fiel, sendo ela "a expressão com que a tradição da Igreja designou o grande dom trazido por Jesus Cristo".

A fé, pontifica o Papa, não é um obstáculo à razão ou à ciência, embora a mentalidade moderna a conceba erroneamente assim. É antes uma luz que ilumina e alarga a visão do ser humano sobre as realidades hodiernas, uma vez que para ser verdadeiramente luz, "não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus". Com esse ensinamento, Francisco fulmina a atitude arrogante do homem - principalmente de certos teólogos - que quer fazer de si mesmo a única e própria medida. Neste sentido, insiste o Santo Padre, "urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor".

Testemunha fiável da fé é Jesus, através do qual Deus atua realmente na história. Como na vida de cada dia confiamos no arquiteto, o farmacêutico, o advogado, que conhecem as coisas melhor que nós, assim também para a fé confiamos em Jesus, um especialista nas coisas de Deus. A fé sem a verdade não salva, diz em seguida o Papa – fica a ser apenas um bonito conto de fadas, sobretudo hoje em que se vive uma crise de verdade, porque se acredita apenas na tecnologia ou nas verdades do indivíduo, porque se teme o fanatismo e se prefere o relativismo. Pelo contrário, a fé não é intransigente, o crente não é arrogante: a verdade que vem do amor de Deus não se impõe pela violência, não esmaga o indivíduo e torna possível o diálogo entre fé e razão.

Ademais, o caminho iluminado pela luz da fé não é solitário, pois "quem crê, nunca está sozinho". Portanto, o seu lugar comum é dentro da Igreja, pois é dela que a humanidade recebe a plenitude dos meios da salvação e é também a partir dela que o homem os transmite. Visto que "só é possível responder 'creio' em primeira pessoa, porque se pertence a uma comunhão grande, dizendo também 'cremos'", negar a Igreja significa negar Cristo. É, pois, imperioso para todo cristão não somente assumir, mas também defender todos os artigos do depósito da fé, do qual a Igreja é a primeira guardiã, "precisamente porque todos os artigos da fé estão unitariamente ligados" e, sendo assim, "negar um deles - mesmo dos que possam parecer menos importantes - equivale a danificar o todo".
           
Torna-se, portanto, essencial à evangelização: a luz de Jesus brilha no rosto dos cristãos e se transmite de geração em geração, através das testemunhas da fé. Mas de uma maneira especial, a fé se transmite através dos Sacramentos, como o Batismo e a Eucaristia, e através da confissão de fé do Credo e a oração do Pai Nosso, que envolvem o crente nas verdades que confessa e o fazem ver com os olhos de Cristo. A fé é uma, sublinha o Papa, e a unidade da fé é a unidade da Igreja.
Também é forte a ligação entre acreditar e construir o bem comum: a fé torna fortes os laços entre os homens e se coloca ao serviço da justiça, do direito e da paz. Essa não nos afasta do mundo, muito pelo contrário: se a tirarmos das nossas cidades, ficamos unidos apenas por medo ou por interesse. A fé, pelo contrário, ilumina a família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher; ilumina o mundo dos jovens que desejam “uma vida grande", dá luz à natureza e nos ajuda a respeitá-la, para "encontrar modelos de desenvolvimento que não se baseiam apenas na utilidade ou lucro, mas que consideram a criação como um dom”. Mesmo o sofrimento e a morte recebem um sentido do fato de confiarmos em Deus, escreve ainda o Pontífice: ao homem que sofre o Senhor não dá um raciocínio que explica tudo, mas a sua presença que o acompanha. Finalmente, o Papa lança um apelo: "Não deixemos que nos roubem a esperança, não deixemos que ela seja frustrada com soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam o caminho para Deus”.


A fé pressupõe um encontro pessoal com a Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo e com ele, o seu amor, que é justamente a sua essência. A fé procura o bem comum e desperta na consciência humana a verdade impressa em seu coração pelo próprio Deus, iluminando, assim, todas as realidades, desde o matrimônio entre um homem e uma mulher às demais circunstâncias da existência do homem. A fé age como um consolo a todos aqueles que são oprimidos pela realidade do pecado e pelos males do mundo. A fé, unida à verdade, conduz à Jerusalém Celeste, destino para qual tendem todos os que estão inseridos no Corpo do Único e Verdadeiro Salvador, "em que se revela a origem e consumação da história". Enfim, afirma a Lumen Fidei, a fé, juntamente com a caridade e a esperança, "projeta-nos para um futuro certo, que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias".
                                   Por Pe. Alex para o Informativo Paroquial de Sto Aleixo